segunda-feira, junho 30

recinto
qual minto
maldigo se cito
o que sinto
ao requinto
serás extinto
desminto
o vinho tinto

domingo, junho 29

nada
pra dormir.
cama
pra escrever
calma
pra esquecer.

Pra que?

sábado, junho 28

o mentido mantido
tornarás adulteração

o sublime sentido
sujeito à agonização




minha compulsividade maluca
minha negação

dúvida restante
culpa não conservante

C/P C/P

Cinza/Preto
Computador/Papel


Cai o prédio
Erguido
ao
tédio.



Eu errante
Viagem
distante.

Lá e cá
tão seu
são eu

Veio ser
Há tempo.
ver


Distorcidamente

freqüentemente

Parte de Um Todo.

terça-feira, junho 24

Disperso ao chão
Percebo a terra paralela
Cada pedaço (meu) (eu) a flutuar
Ilha intocável, minha utopia...
Cada quatro direções, o infinito.
Ao olhar, o meu perder.
Vento minucioso com sua covarde piedade
Que cabe na minha falta de integridade
Recusa-se a me espalhar
Injúria!
Ingrata natureza, por mim admirada
faz questão de manter
Nessa pós-vida, não tão diversa
Vossas preces parecem não saber nadar
O gosto do meu inverno, é o prorrogar...

Oi, você vem sempre aqui?

segunda-feira, junho 23

Não olhe me assim.
Eu tenho na vida compreendido cada maldição lançada sobre mim.
Cada chuva mais fria
Cada noite dominical de melancolia
Toda abelha temida
Toda guria mal agradecida
O tempo ocioso
O neologismo criado
Todo beijo escapado
Todo calçado apertado
A distância do litoral
A laranja na salada
Meus ouvidos ausentes
Meus ideais tão incoerentes
As visitas indevidas
As flores roubadas
Minhas influências finadas
Minhas cartas queimadas
Os sábados sem tabaco
Os pratos tão verdes
Minha mãe descontente
Minha dívida pendente
Quanto amanhã prometido
Quanto voto vencido
Meu choro de velório
Meu perfume repetido
Quanta fuga planejada
Quanta prova colada


Dó e Mi
Só em mim.

Os pensamentos que me comovem
Movem.

E devo mais uma vez procurar ignorar?
Inverno dolorido, cadê o meu analgésico?
Ou Toddy.

domingo, junho 22

Os pensamentos que me consomem
Somem.


E devo mais uma vez procurar entender?
Se todas as cores são gratuitas, a cegueira só pode ser interna.
Só pode.

Leito de Morte

quarta-feira, junho 18

Da minha escuridão desmerecida
Tenho muito para pensar
Temer, permanecer, padecer...
E o meu último suspiro... chegará?

Vocês se preocupam demais
Pedem, falam, rezam, pagam, choram
AMAM!
demais...

Evidente
E da ciência surpreendente, cada canto desconhecido
Dessa eu também quero provar.
Se atribuem sempre aos milagres, interferência divina
Gratificação pela minha benévola (?) existência

Confesso,
As diversas designações já me inquietaram
Hoje, cada minuto a passar
é uma permuta por minha consideração
E que se atribuam a qualquer um,
Que a injustiça seja patenteada depois
E se Deus quiser... a minha vida
Será o maior dos indícios, do meu grande desejo
Quero viver!

Reflexões sobre o que diabos acontece dentro das pessoas #2

segunda-feira, junho 16

Estive discutindo a dificuldade de dizer um "eu te amo" verdadeiro, aquele frio na barriga, a incerteza de se deve ou não dizer e todos aqueles sintomas de ansiedade, sou como muitos que dizem essas palavras com facilidade. Tanto que as disse.
Mas devo concordar com os dizeres do senhor Igor, o "eu ainda te amo" é mais difícil, não pelo amor presente na frase. O problema está no ainda, palavra que faz qualquer um engolir o orgulho, não precisa está acompanhada do verbo amar, o querer ou o gostar fazem o mesmo efeito. Porém, ao pensar um pouco, notei que é um tremendo desafio externo engolir o orgulho. Falta de amor-mútuo seria ignorar aqueles sentimentos destinados a você, deixá-los de lado mesmo sabendo que o amor existe (E que quer te fazer existir). É deixar a covardia ganhar do amor. Engolir o orgulho seria uma prova de coragem (e também de amor), enfrentar o que você vê é muito mais fácil do que enfrentar todos os monstros que existem dentro de você.
Já fiz uma viagem dessas, encontrei eu-líricos vingativos, inseguros, malvados, cínicos, esnobes, arrogantes, orgulhosos, vaidosos, medrosos(...) Enfrentei-os, coloquei-os para brigar. Depois de horas de batalha direta, acordei de cara lavada, uma Thaís renovada. E um Igor também.

E sobre o que falamos, pode ter certeza que a frase mais impronunciável continua sendo: "eu ainda te amo".

É que o "ainda" pode significar muito mais do que o amor.
Seria uma tamanha forma de auto-repúdio, que nem de longe penso em dizer.

Seria como aceitar aquilo que não te aceita, esquecer o (que foi te) passado e declarar que o amor (por si próprio) não existe no seu vocabulário. Nem em seus sentimentos.

Dia do Correio Aéreo Nacional

quinta-feira, junho 12

Toma aqui sua caixa de bombons.
É pra hoje, acabei de comprar.
Para compensar minha ausência e o tempo que demorei para te conhecer.


A caixa vermelha decorada, semi-aberta cuidadosamente... é pura enganação.
E por dentro? Eles não significam NADA!
Não são meigos, nem românticos, muito menos tradutores de qualquer sentimento íntimo.
Eu sei, são as mesmas aparências iguais que sempre faço questão de disfarçar.
O preço foi obviamente pechinchado, costumo me dar bem.
É melhor ser claro e breve, pois quero um pouco deles também.
Acredite em mim, foi eu que mandei fazer.

Mas é só pra lembrar que ainda lembro de você por mais de uma semana.
É para você.
É pela fome, vale mais que sua poesia.
É concreto, vale mais que o tal amor.

Quanto mais eu bato nele, mais ainda ri de mim.

domingo, junho 8

As espinhas nem vieram, e o aparelho ainda dói.
Meia dúzia de fiapos de barba, e um cabelo por cortar.
Um tênis novo! Da velha marca.
É. (...)
Ainda não tenho a tal conquista da juventude.
Nem algo pra fazer hoje a noite.
Um monte de compromissos pendentes, os quais pretendo adiar.
Algumas dívidas para quitar, 6 ou 7 livros pela metade, e muitos albuns ainda sem ouvir em meu digníssimo Hard Disk.
Preciso visitar minha vovózinha doente, conhecer a casa da minha irmã.
Preciso arranjar dinheiro pra bebidas, conhecer aquela esquina que é a nova sensação na cidade.
Preciso recuperar minhas notas pequenas e/ou perdidas, ou evitar o vestibular e preocupar apenas com a honrosa missão de terminar o tradicional ciclo escolar sem a temida reprovação. (Mesmo não sabendo o que se faz com um Binômio de Newton ou a Lei de Ohm)


Fácil,
é só continuar as madrugadas acordado, agora pensando em outras coisas.

Agora pensando.